A rigor não deveria haver publicidade na União Soviética, afinal esse negócio de fazer anúncios publicitários era arma dos porcos capitalistas. Entretanto, a ideologia comunista não impediu o surgimento de pôsteres publicitários — ainda que o principal anunciante fosse aquela mistura de governo, partido único e Estado. Em meio à inundação de pôsteres que tinham mais política (e políticos) do que publicidade, havia alguns que anunciavam os produtos soviéticos.
O fato de que a economia soviética não era de mercado fica patente pelo tipo de produto que se anunciava. Não eram bens de consumo duráveis e caros. Para os padrões do lado de cá da Cortina de Ferro, eram os gêneros mais básicos, como alimentos — inclusive para os vícios, como cigarros, charutos e bebidas alcoólicas — e produtos de higiene pessoal, como sabonetes, pastas de dentes. O mais sofisticado que se podia comprar ter conseguir eram lápis, canetas, sapatos e, mais raramente, muitas vezes após meses de espera, um carro.
O mais notável é que, mesmo em meio à Guerra Fria, muitos pôsteres soviéticos eram parecidos, pelo menos no design, com as propagandas americanas.
Olá, rntpincell.
ResponderExcluirBem interessante esse artigo, mas faço uma observação: seria interessante ressaltar a influência da chamada vanguarda russa da década de 1920 (El Lissitzky, Alexander Rodchenko, Maiakovski e os irmãos Stenberg, por exemplo) no design gráfico do século 20.
Esses caras simplesmente revolucionaram todo o conceito gráfico que se tinha até o momento. Aliás, o poeta Maiakovski foi o que se pode chamar do primeiro redator publicitário, função que surgiria nos Estados Unidos nas agência de publicidade só lá pelo início dos anos de 1950, o copywriter. Por isso a semelhança com as propagandas norte-americanas de pós-guerra.