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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Os músicos do futuro (1906)

Depois de tentar, com algum sucesso, imaginar o teatro do futuro, T. Baron Russell escreveu — num estilo bastante tortuoso — o seguinte sobre como seria a música de nossa época:
[O] próprio músico profissional, como o ator, vai deixar de ser considerado como um tipo de arlequim superior ou um animal performático, exibindo suas forças para a diversão de um público reunido. O que ele pôde um dia tocar poderá, se ele quiser, ser constantemente repetido. [...] Em vez do intérprete ou cantor ser julgado por seu desempenho em uma ocasião na qual o cansaço, a fadiga, a doença ou condições desfavoráveis atuem contra seu perfeito sucesso; quando as condições esmagadoras de nervos dos palcos podem em qualquer caso ofender suas suscetibilidades e distraí-lo da perfeição de seu empenho, ele [o cantor] será capaz de encontrar sua reputação na melhor performance que ele é capaz de fazer. [O músico] será capaz de tentar e tentar, vez após vez, em seu estúdio privado. Quando ele se satisfizer, ainda sozinho, ele irá publicar se esforço artístico para o mundo. Ele pode destruir tantas gravações insatisfatórias quanto quiser — da mesma forma como o escultor quebra o molde que não o agrada e da mesma forma que o pintor cobre parte de sua pintura — e ser julgado apenas pelo seu melhor.
— T. Baron Russell, A Hundred Years Hence [Daqui a cem anos], 1906
Em resumo, Russell acreditava que as gravações libertariam cantores e intérpretes de maus bocados. Na prática, ele prevê o uso do que se chama hoje de playback [dublagem de gravação].

Por outro lado, ao falar em músicos que trabalham “sozinhos” em estúdios “privado[s]”, o autor adiantou também o surgimento de músicos (e músicas) independentes, que não dependem de um “público reunido”. Em tempos de myspace, tramas e youtube nada poderia ser mais verdadeiro.

Mas, assim como achava que o cinema acabaria com atores medíocres, Russell também pensava que a música gravada jamais seria capaz de resultar em música ruim. Ele acreditava piamente que a evolução técnica nas artes resultaria em artistas irretocáveis, perfeitos, incapazes de ter um dia ruim (ou de, considerando-se bons o bastante, escolherem justamente as suas piores gravações). Ele ignorou, enfim, que a música, como qualquer arte, é feita por seres humanos, seres que podem compor grandes obras num dia e músicas péssimas em outro.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Topa tudo pela fama

Prosper Mérimée tornou-se conhecido como o autor de Carmen, a novela que inspirou a famosa ópera de Bizet. Ele começou sua carreira como um escritor desconhecido na Paris da década de 20 — de 1820 —, época em que a literatura hispânica estava na moda entre os franceses. Já que ninguém ligava para ele, por que não ousar? Mérimée publicou Le Théâtre de Clara Gazul, uma falsa coletânea de peças teatrais supostamente escritas por uma atriz espanhola.

O truque funcionou muito bem: as peças foram bem recebidas e a carreira de Mérimée deslanchou. Mas algo intriga os fãs até hoje. Se Clara Gazul nunca existiu, quem é a bela espanhola retratada na folha de rosto do livro?
Mérimée
É uma cilada, Bizet!

A dama não é uma dama coisa nenhuma! É o próprio Mérimée, travestido.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Towel Day 2010

toalha
Don't panic!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A última coisa que você vai ver

morri

Não olhe agora, mas… atrás de você! Isso mesmo é… é só uma parede. Ou pior: seu chefe.

domingo, 23 de maio de 2010

A analfabetização de Dilma

Em Nova York, Dilma se irrita e “demite” tradutora

Dilma, que preferiu falar em português, chegou a elogiar o primeiro tradutor. A partir da metade da entrevista, a tradução ficou por conta da angolana Marísia Lauré.

Perguntada sobre o delicado tema da autonomia do Banco Central, Dilma falou da “autonomia operacional” do órgão. Lauré esqueceu uma das palavras e Dilma completou, em inglês: “operational autonomy”. Em seguida, repreendeu a tradutora. “Eu peço para você traduzir literalmente, porque é complicado [o tema]”.

Dilma passou a falar sobre privatizações e as empresas que acredita que deviam permanecer públicas, como Petrobras, Eletrobrás, as do setor elétrico e bancos públicos. A tradutora esperou que a convidada concluísse a frase para traduzir. Ao final, Dilma conferiu com a platéia: “Não faltou [o trecho] da Petrobrás?”.

Na frase seguinte, Dilma ouviu o início da tradução e, achando que havia mais um erro, interrompeu Lauré. “No, no,no. Yes, yes, yes”, emendou, ao se dar conta de que a frase traduzida estava correta e arrancando risos da platéia.
Dilma está mesmo se esforçando para ficar igual ao Lula. E está conseguindo. Ele não sabe falar inglês — e se orgulha de nunca ter aprendido. E ela, mesmo sabendo, evita usar o idioma de Shakespeare. “Stupid Jingoism anyone?”. O resultado não poderia ser mais patético. Tipicamente lulista.

Aliás, o que dona “Diuma” anda fazendo nos States se é apenas pré-candidata? Será que ela foi botar mais botox? Ou agora vai tentar um implante de barba, enrolar a língua e cortar o dedo mindinho? Por que do jeito que está é só isso que falta mesmo — analfabeta ela já sabe ser.

Em tempo: ela nem chegou ao poder e já demitiu uma pobre “companhêra”… Eis a candidata do Partido dito “dos Trabalhadores”.

sábado, 22 de maio de 2010

Sulzbach, o artilheiro

Um episódio ocorrido nas trincheiras alemãs em agosto de 1915 foi recordado pelo artilheiro Herbert Sulzbach vinte anos depois em suas memórias, With the German Guns: Four Years on the Western Front 1914-1918 [Com as Armas Alemãs: Quatro Anos no Front Ocidental]:
Numa das noites de verão seguintes, de céu estrelado, um chapa Landwehr [gíria para Guarda Austríaco], decente, subiu de repente e disse ao 2º. Ten[ente]. Reinhardt: “Sir, é só aquele francezinho que está lá, cantando de novo, maravilhosamente.” Nós nos colocamos para fora de nossa esburacada trincheira e, incrivelmente, havia uma maravilhosa voz de tenor cantando noite afora uma ária do Rigoletto. A companhia inteira estava parada na trincheira, ouvindo o “inimigo”. Quando ele acabou, aplaudimos tão alto que o bom francês deve certamente ter ouvido e tenho certeza de que ele deve ter sido tocado da mesma maneira que nós fomos por sua maravilhosa canção.
Não se sabe quem era o francês que cantava o Rigoletto em plena trincheira nem qual fim ele teve.

Herbert Sulzbach nasceu em Frankfurt, na Alemanha, em 1894. Serviu no exército alemão durante toda a Primeira Guerra Mundial. Incrivelmente, nunca se feriu e foi condecorado com duas "Cruz de Ferro". Apesar de sua bravura e do sucesso de seu livro de memórias, foi obrigado a fugir da Alemanha em 1937, após ter sua cidadania cassada por ser judeu. 

Herbert passou a viver na Inglaterra. Após escapar ileso aos bombardeios de Londres, alistou-se no Exército Britânico e foi responsável por reeducar prisioneiros de guerra alemães. Foi trambém condecorado com medalhas pelos ingleses. Após a Guerra, Sulzbach naturalizou-se inglês em 1947. Em 1952, sua cidadania original foi restituída e ele voltou a ser cidadão alemão, mas continuou a viver em Londres, onde trabalhou como intérprete na Embaixada Alemã. Herbert Sulzabach morreu aos 91 anos de idade em 1985.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Você conhece este homem?

O panfleto a seguir teria circulado em Dallas em 21 de novembro de 1963, um dia antes de John Kennedy ser assassinado.
antijfk

É difícil dizer se o documento é mesmo autêntico, isto é, se teria mesmo circulado na cidade na véspera do assassinato do JK gringo. Mesmo que seja uma farsa feita posteriormente, não deixa de ser uma espécie de justificativa para o assassinato, ainda hoje cercado de teorias conspiratórias.

Pra quem não entendeu nada, a tradução do panfleto é a seguinte:

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Em respeito ao Islã

Paquistão bloqueia acesso ao Facebook por caricaturas de Maomé

Decreto foi motivado por competição "profana" para desenhar o profeta muçulmano, marcada para esta quinta (20)

"O tribunal decretou que o governo bloqueasse o Facebook imediatamente, até 31 de maio, devido a esta competição profana", disse Azhar Aiddique, um representante do Fórum de Advogados Islâmicos, que abriu o processo no Tribunal Superior.
Os muçulmanos dizem amar o Profeta, mas ele não pode ser retratado de maneira nenhuma, pois isso é considerado anti-islâmico. Ah, a religião e suas lógicas absurdas! 

Mas isso não é lá muito diferente do que se passa aqui no Ocidente. Os cristãos dizem que amam Deus, mas ele também não pode ser retratado — nem seu nome pode ser pronunciado e ele é tratado apenas como "Senhor", coisa que qualquer velho consegue.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

O Carro-mala

Depois de ver a diferença entre o estacionamento do shopping e o estacionamento no shopping, você deve achar que já viu de tudo em termos de soluções para esse problema do trânsito.

Uma solução mais séria seria apostar em carros compactos. Mas o que te vem à cabeça quando você pensa em carro compacto? VW Fox? Ford Ka? Mini? Smart? Romi-Isetta? Você ainda não viu nada, por que você não conhece o Peel P50.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Opinião de um cão sobre "Ratos e Homens"

Em 1936, Toby, o cãozinho de John Steinbeck transformou metade do manuscrito de Of Mice and Men [Ratos e Homens] em confete. “Eu fiquei bastante bravo mas o pequeno e pobre companheiro pode ter agido criticamente”, escreveu Steinbeck numa carta a um amigo. “Eu não quero arruinar um bom cachorro por causa de um manuscrito que nem tenho certeza se é assim tão bom.”

Em dois meses, ele refez todo o trabalho e achou que o cãozinho estava certo. “Não tenho certeza se Toby sabia o que estava fazendo quando comeu o primeiro rascunho.”, concluiu o autor de As Vinhas da Ira. “Eu promovi Toby-cão a tenente-coronel em se tratando de literatura.”

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Neves Coloridas

Se você acha que o clima do mundo só começou a ficar louco agora, é por que nunca viu neve colorida:
Nevascas coloridas tem sido registradas desde o século sexto. Humboldt fala de uma precipitação de granizo ocorrida em Palermo. Na Toscana, em 14 de março de 1813, caiu granizo de cor laranja. Em 1808, cinco pés [cerca de 150cm] de neve vermelha caíram em Carniola, Alemanha. A tempestade de neve colorida foi seguida de uma de cor regular e o efeito produzido pelas camadas separadas de vermelho e branco, que eram bem distintas, foi bastante peculiar. Uma porção da neve escarlate derreteu em um vaso e a água evaporou e em seguida foi encontrado um sedimento terroso no fundo do vaso. Neve de um tom vermelho-tijolo caiu na Itália em 1816 e no Tirol em 1847.
— Henry Williams, Book of Curious Facts of General Interest Relating to Almost Everything Under the Sun [Livro de Fatos Curiosos de Interesse Geral sobre Quase Tudo que há sob o Sol], 1903.
A explicação é simples: é apenas neve “suja”, misturada com sedimentos, poeira e terra levantada pelo vento. Pode até ser que haja neve cinzenta, poluída com as cinzas de uma erupção vulcânica.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Em memória do videocassete

VCR
O artigo que segue é a tradução de um excelente texto publicado no Retrothing que mostra como a morte do videocassete — algo tão desejado pelas redes de TV e distribuidoras de cinema — acabou levando à queda de audiência generalizada e ao declínio do poder (mas não da arrogância) das grandes empresas de mídia. 

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os gatos de Hemingway

A casa onde viveu Ernest Hemingway (à esq.), em Key West, na Flórida, tem uma colônia de gatos. Mas não são gatos comuns — são gatos com seis dedos.

Um dos maiores escritores do século XX, Hemingway herdou de marinheiros sua paixão por gatos polidáctilos. Bichanos com dedos extras eram considerados animais de boa sorte no mar, graças às suas habilidades superiores na escalada e na caça de roedores a bordo.

Quando o autor de O Velho e o Mar recebeu um gato de seis dedos de um capitão de navio, incluiu os descendentes do felino hexadáctilo em seu testamento. Hoje existem cerca de 60 gatos na casa do escritor — e quase a metade tem dedos sobrando.

domingo, 9 de maio de 2010

Toca aqui [Solução]

estádioLembrando que tínhamos o Maracanã lotado com 80.000 pessoas, as quais deveriam trocar apertos de mão entre si.

sábado, 8 de maio de 2010

Prendam a respiração!

Na tentativa de combater o aquecimento global, Obama propõe medidas drásticas:
gas carbonico
Parece que o Lula já tá fazendo a parte dele… emitindo mais gases!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Toca aqui

estádio

Vamos supor que temos um estádio de futebol lotado, o Maracanã, por exemplo, com 80.000 pessoas nas arquibancadas. Vamos supor também que todos os torcedores presentes devem passar o dia inteiro trocando apertos de mão entre si.

Prove que, no fim do dia, pelo menos duas pessoas tiveram que trocar apertos de mão com o mesmo número de torcedores.

Parece complicado mas não é. Resposta no domingo.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Fica a dica (5) — estacionamento no shopping

Sem lugar para estacionar no estacionamento do shopping? Então tente estacionar no shopping. Veja  como no vídeo a seguir (em inglês):



“Eu coloco [o cumpom] em qual urna?”

Totalmente OWNED! Só não tente fazer isso com uma Brasília 78 fumacenta e barulhenta — aí seria um EPIC FAIL.

vi no haha.nu.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Aquela peça, a “escocesa”…

728px-BostonTheatre_BalPict
Montagem daquela peça escocesa feita em 1855

Num teatro, os atores não costumam se referir à Macbeth diretamente. Em vez do título, referem-se à obra de Shakespeare como "a peça escocesa". É uma tradicional superstição teatral, baseada na crença de que, se os atores disserem Macbeth nos bastidores, as bruxas amaldiçoariam as montagens da peça com acidentes fatais. A tradição da "peça escocesa" começou logo após a primeira montagem, quando um ator teria sido esfaqueado com uma adaga de verdade confundida com uma cenográfica.

Para evitar possíveis desastres, qualquer um que diga o verdadeiro nome da peça num teatro deve sair, cuspir ou rodar três vezes, gritar um palavrão e ser convidado antes de entrar novamente.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Meses Irmãos

Eis algumas coincidências de datas que podem ser úteis, desde que o ano não seja bissexual bissexto:
  • Janeiro começa no mesmo dia da semana que Outubro;
  • Fevereiro começa no mesmo dia da semana que Março e Novembro;
  • O 1º. de Abril cai no mesmo dia de semana que o 1º. de Julho;
  • Dezembro começa "junto" com Setembro;
  • Nenhum mês começa no mesmo dia da semana que Maio ou Junho (tadinhos…).

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Em uma palavra [10]

Ictiarquia
Icti-ar-quia. subst. [do grego: Ichtios, peixe; archía, governo, reinado]. 1. governo ou domínio dos peixes. 2. por extensão, governo ou domínio exercido por pescadores. Uma isolada vila de pescadores é uma ictiarquia. Derivação: Ictiárquico (adj.).
E digo mais: Um governo formado por cabeças-de-bagre também é ictiárquico.

sábado, 1 de maio de 2010

Super Clichê

passarão

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