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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Prevenção de Suicídios FAIL!

Poderia haver melhor conselho para demover alguém do auto-assassinato?
Se você está pensando em cometer suicídio, assegure-se de tomar o seguinte cuidado: use balas novas. Balas velhas são infestadas com germes que podem infeccionar a ferida e te matar. Se você usar balas novas, pode se recuperar de uma tentativa de suicídio. — Modern Mechanix, Set. 1931
Ah, e se o revólver falhar, lembre-se de esterilizar a faca ou limpar o forno...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Em uma palavra [24]

antivitrúvio
[derivado de Vitrúvio, grande arquiteto romano da Antiguidade] subst. 1. aquele que se opõe às ideias de Vitrúvio. 2. aquele que tem prazer em destruir obras e monumentos arquitetônicos. antivitruviano, adj.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Menos é Mais

Mark Twain recebeu certa vez um telegrama de um editor com um pedido:
PRECISO CONTO CURTO, 2 PÁGINAS, DOIS DIAS.
Twain respondeu com outro telegrama:
NÃO POSSO FAZER 2 PÁGINAS DOIS DIAS. POSSO FAZER 30 PÁG 2 DIAS. PRECISO 30 DIAS PARA FAZER 2 PÁG.
O pior é que Twain tem razão. É muito mais fácil exercer a fabulosa arte da prolixidade do que a austeridade vocabular.

domingo, 26 de setembro de 2010

Duas vidas em uma

Charles-Geneviève-Louis-Auguste-André-Timothée d'Éon de Beaumont, Cavalheiro d'Eon (1728-1810) viveu a primeira metade de sua vida como homem e a segunda como mulher. Até os 49 anos de idade, d'Eon foi soldado e diplomata da França de Luís XV. Ele foi espião du Roi em Londres e em São Petersburgo e lutou durante a Guerra dos Sete Anos — onde foi ferido e condecorado por bravura com a Ordem de São Luís. Depois, disso a coisa foi mais complicada do que pode parecer.
Chevalier_d'Éon
Chevalier d'Éon (1728-1774)

Ele
Logo após a guerra, em 1763, Charles de Beaumont foi ministro plenipotenciário — embaixador temporário — em Londres. Quando o  novo embaixador oficial, o Conde de Guerchy, chegou d'Éon foi rebaixado a secretário. Irritado com o tratamento recebido, Charles escreveu um livro divulgando algumas correspondências diplomáticas. O serviço secreto francês esteve à beira de um escândalo: d´Éon tinha recebido cartas do Rei Luís XV com planos para invadir a Inglaterra que ninguém, nem mesmo o Exército Francês tinha conhecimento. Com os papéis da invasão nas mãos, Beaumont literalmente manteve o rei em xeque e passou a ser bem tratado — ganhando uma vultosa pensão —, mas não pôde voltar para a França.

Ela
Com a morte do rei em 1774, ele tentou voltar para o Continente. Para isso, aproveitou-se de boatos que corriam em Londres a seu respeito e afirmou ser fisicamente uma mulher, pedindo para ser reconhecido(a) como tal. Na época, havia mulheres que buscavam trabalhar sob disfarce para fugir da vida doméstica. A maioria era facilmente descoberta e acabava morta. Surpreendentemente, Luís XVI não só concordou com a nova condição, como ainda financiou um guarda-roupa novinho. E o ex-cavalheiro passou seus últimos anos como uma dama. Genoveva, nome feminino que Beaumont adotou, até se ofereceu para liderar uma divisão de soldadas na Guerra de Independência dos Estados Unidos, mas em vez disso, foi presa por 19 dias.

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Mademoiselle d'Éon (1774-1810)
Mademoiselle d'Éon voltou para a Inglaterra após a Revolução Francesa. Com a pensão cancelada pelo novo governo, vendeu sua biblioteca e passou a  participar de torneios de esgrima para sobreviver. Ela também chegou a assinar um contrato com uma editora para escrever sua autobiografia, mas o livro nunca foi publicado. Ela passou os últimos anos vivendo em companhia de uma viúva, uma certa Mrs. Cole.

Era ou não era?
Pode parecer um interessante caso de hermafroditismo ou pseudo-hermafroditismo. Mas, na autópsia, os médicos descobriram que ela, afinal, era ele mesmo: o corpo de d'Éon era anatomicamente masculino. Estudos mais recentes indicam tratar-se de um caso de síndrome de Kallmann, uma doença hormonal em que o indivíduo cresce, mas não passa pela puberdade.

Hoje também há um revisionismo histórico sobre a figura do Cavalheiro-Mademoiselle. Historiadores LGBT afirmam que d'Éon teria sido um transgênero (travesti) e o favorito do Rei Luís XV. O rei teria sido forçado a exilá-lo em Londres sob o disfarce de ministro diplomático para não se complicar.

sábado, 25 de setembro de 2010

Fulanos

Diversas línguas usam nomes inventados (ou muito comuns) para se referir a alguém cujo nome ou é desconhecido ou não pode ser citado. Eis os parentes estrangeiros de Fulano de Tal:
  • África do Sul: Koos van der Merwe
  • Austrália: Fred Nurk
  • Áustria: Hans Meier
  • Bélgica: Jan Janssen
  • Croácia: Ivan Horvat
  • Estados Unidos: John Doe
  • Eslovênia: Janez Novak
  • Estônia: Jaan Tamm
  • Filipinas: Juan dela Cruz
  • França: Jean Dupont
  • Guatemala: Juan Perez
  • Itália: Mario Rossi
  • Lituânia: Vardenis Pavardenis
  • Malta: Joe Borg
  • Nova Zelândia: Joe Bloggs
  • Rep. Checa: Josef Novák
  • Polônia: Jan Kowalski
  • Romênia: Ion Popescu
Notem que com exceção da África do Sul, da Austrália e da Itália, todos os pseudônimos populares usam equivalentes locais (ou apelidos) de João ou José. O mesmo se dá em português: além de Fulano, nós também usamos Zé-Ninguém.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Multifuncional para a cozinha (1952)

Anúncio encontrado na edição de setembro de 1952 da Collier’s Magazine (via Modern Mechanix):

general_fridge

Naquela época, os anúncios de eletrodomésticos se limitavam apenas a descrever o produto e nem de longe ofendiam sua inteligência com frases de efeito apelativas.
COZINHE e LAVE em seu REFRIGERADOR!
Cozinha completa em 5 pés quadrados [meio metro quadrado??]. Combina refrigerador, pia, três bocas de gás, e gaveta para panelas. Disponível com queimadores elétricos, 220 ou 110V. Também sem pia. 5 anos de garantia.
General Air Conditioning Corp.
Vendas e serviços para todo o país
Para detalhes, onde comprar, escreva: 4530 E. Dunham St. • Los Angeles 23, Calif. Escritório em Chicago: Dept. 6, 323 W. Polk Street
Estranho como algo tão genial simplesmente não pegou. O fato é que as cozinhas americanas sempre tiveram espaço de sobra e pouco depois o microondas e os restaurantes fast-food praticamente matariam o fogão em muitos lares — mas ainda não criaram um combo micro/pia/geladeira que sirva de brinde no McDonald’s...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Em uma palavra [23]

Decemnoverizar
[neolog., do latim, Decem, dez e Novem, nove]  v. 1.  vestir-se como uma pessoa do século XIX ou portar-se de forma vitoriana. 2. fazer cosplay (q.v.) de personagens de romances do século XIX ou de obras steampunk. Decemnoverizado, adj.

domingo, 19 de setembro de 2010

A Incrível Memória do Pinóquio Mecânico

Em 1928, o Instituto Franklin, na Filadélfia, recebeu uma curiosa doação. Era um autômato muito engenhoso, mas de origem e autoria desconhecidas. Movido por molas e guiado por uma série de engrenagens, o homenzinho mecânico era capaz de desenhar sete figuras diferentes e escrever versinhos em inglês e francês. Mas o pequeno menino de lata estava severamente danificado, pois fora encontrado entre os escombros de uma casa incendiada —  e impropriamente vestido como uma boneca.

sábado, 18 de setembro de 2010

Arte Crítica e os Críticos de Arte

Será que um artista pode fundar uma escola de arte mesmo sem querer? Em 1924, irritado com a falta de discernimento dos críticos de arte diante de todo aquele hype modernista, o escritor e jornalista norte-americano Paul Jordan-Smith (1885-1971) convenceu-se de que "os críticos louvariam qualquer coisa ininteligível."

Para provar que estava certo, ele criou o que poderia ser chamado de uma meta-obra-de-arte-crítica. Paul, que jamais havia pintado na vida, pegou umas tintas velhas, uma brocha, uma tela com defeito e, "em poucos minutos espalhei os traços crus de uma selvagem assimétrica segurando o que deveria ser uma estrela-do-mar, mas que saiu como uma casca de banana." Depois, ele mudou seu penteado, apresentou-se como Pavel Jerdanowitch e mostrou a obra "Exaltation" a um grupo de artistas de Nova York. Pavel dizia fazer parte de uma nova escola, chamada Dessombracionismo.

"Exaltation" (1924): Estrela-do-mar FAIL é hype WIN.

Os críticos adoraram o estilo de Jerdanowitch e acabaram fazendo o que Jordan-Smith menos queria: criaram um hype em cima dele.  O pintor polonês (ou checo? ninguém nem se importou em saber quem era o cara) foi considerado um visionário e o dessombracionismo era uma revolução.

"Jerdanowitch", ou melhor, Jordan-Smith, expôs a pintura na galeria do Waldorf Astoria. Durante os dois anos seguintes, ele apareceu com pinturas cada vez mais fora do comum, exibidas em Chicago, Boston e Buffalo (a cidade, não o animal), comentadas e elogiadas até nos jornais de arte de Paris:
Um explorador de espírito inquieto, ele [Jerdanowitch] não se contenta com os caminhos pisados. Ele fez alguns belos retratos, depois alguns trabalhos muito estranhos, simbólicos e originais: Exaltation, Illumination, Admiration. Suas composições bastante pessoais, onde o artista representa coisas pela simbolização de sentimentos de seu próprio ponto de vista, o que o põe entre os melhores artistas do avant-garde com uma fórmula que exclui qualquer banalidade.

— L'Art Contemporain: Livre d'Or [A Arte Contemporânea: O Livro de Ouro] (Éditions De La Revue du Vrai et du Beau, Paris, 1927), pp 85-86

Ele acabou confessando a verdade em uma entrevista para o Los Angeles Times em 1927. E parece que o autor estava certo em sua crítica aos críticos. Mesmo depois de revelar a identidade de Jerdanowtch, Paul Jordan-Smith disse que "a maioria dos críticos da América insistia que, como eu já era um escritor e tinha noção de organização, eu tinha uma habilidade artística, mas era ou ignorante ou arrogante demais para admitir". Depois de enganados, os críticos é que foram ignorantes e arrogantes demais para admitir.
_____________________________
Em tempo: desde 2006, o Dessombracionismo (ou seria neodissombracionismo?) voltou às telas de pintura em um concurso anual que leva o nome de Pavel Jerdanowitch, mas homenageia Paul Jordan-Smith. Ele deve estar se revirando no túmulo com uma homenagem tão hype.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Os Biscoitos de Douglas Adams

O conto a seguir, escrito por Douglas Adams, não chega a ser propriamente um conto. É mais um causo do autor. No entanto, Adams conta uma experiência ao mesmo tempo banal e surreal que teve numa estação de trem — um lugar tipicamente britânico — do mesmo modo mochilesco que narra as (des)venturas de Arthur Dent em sua obra máxima, O Guia do Mochileiro das Galáxias.  

The Salmon of Doubt, a obra de onde foi extraído o já famoso conto/causo, é um livro póstumo que reúne relatos pessoais — como Biscoitos, que inspirou um episódio semelhante em Até Mais e Obrigado Pelos Peixes —, ensaios sobre tecnologia e rascunhos para a continuação de The Long Dark Tea-Time of the Soul [lit., A Longa e Escura Hora do Chá da Alma]. Como muitos fãs, Adams também não se sentia confortável com Praticamente Inofensiva, o quinto e último livro da série Hitchhiker's Guide. Ele achava que a continuação de Dark Tea-Time poderia ser transformada em um sexto e definitivo final para o Guia. Infelizmente, Douglas Adams morreu de ataque cardíaco em 2001, deixando essa história toda com um final totalmente sem graça.
 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O bichano dos anéis

E não, ele não curte O Senhor dos Anéis. Só fez isso por que prefere Crepúsculo.

Em uma palavra [22]

Galericulado
adj. coberto com um chapéu; achapelado. "No século XIX todos os cavalheiros eram elegantemente galericulados."

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Paletó Mágico de Oz

Enquanto procurava um figurino para o Professor Marvel d'O Mágico de Oz, o pessoal da MGM encontrou um paletó Prince Albert num brechó de Los Angeles.
oz
Frank Morgan com o paletó mágico de
Frank Baum

Numa tarde, durante as gravações, o ator Frank Morgan virou o bolso do paletó do avesso e descobriu um nome: "L. Frank Baum." Por uma coincidência bizarra, a produção do filme comprara o casaco do próprio autor do Maravilhoso Mágico de Oz, livro que deu origem ao filme.

O cinegrafista Hal Rosson, sua sobrinha Helene Bowman e a publicitária Mary Mayer trabalharam na produção do filme e foram testemunhas dessa história.

No livro The Making of The Wizard of Oz, a Sra. Mayer disse que após a descoberta, “nós telegrafamos e mandamos fotos para o alfaiate, em Chicago. E ele nos mandou de volta uma nota fiscal dizendo que o paletó havia sido feito para Frank Baum. A viúva de Baum também reconheceu o paletó e, após o fim das filmagens, nós o demos de presente a ela. Mas eu nunca consegui fazer ninguém acreditar nessa história.”

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Coletivo de Imprensa

 coleguinhas

Na manhã de quarta-feira, 19 de setembro de 1923, os nova-iorquinos acordaram com uma notícia chocante: dez diários da cidade — New York American, The New York Herald, The Journal of Commerce, Daily News, The New York Times, New York Tribune, The World, New Yorker Staats-Zeitung e Il Progresso Italo-Americano — estavam à venda em um número coletivo.

Não, nenhum milionário havia comprado todos os matutinos nova-iorquinos durante a noite, colocando todos sob o mesmo guarda-chuva (e sob o mesmo cabeçalho) enquanto pensava num único nome fácil de lembrar (“New York American Herald Commerce Daily Tribune Times & World Progresso Zeitung”?).

Naquela época, notícia ainda não era um produto (tão) à venda (ou era?). Mas isso não significa que os jornais já não se comportassem como empresas.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A tia das Cataratas do Niágara

annie edson A primeira pessoa a descer as Cataratas de Niágara num barril não foi o Pica-Pau — não foi nem um homem, na verdade. Procurando levantar dinheiro com a publicidade, a professora Annie Edson Taylor entrou num barril de picles em 24 de outubro de 1901 e, partindo da Goat Island, ficou à deriva. Vinte minutos depois de partir, ela emergiu após a queda com apenas um corte profundo na testa.

"Se esse não foi meu último suspiro", disse ela mais tarde, "eu gostaria de desaconselhar qualquer a tentar o feito... Eu preferiria subir na boca de um canhão, sabendo que ele iria me deixar em pedaços, a fazer outra viagem sobre a queda."

Há relatos de que ela estava na companhia de um gatinho preto (Basement Cat?) que, após o mergulho, teria ficado branco.

domingo, 12 de setembro de 2010

O Paradoxo da Chantagem

Chantagem emocional com as memória da sua infância

Todo mundo sabe que chantagem é crime — legalmente, a chantagem é chamada de extorsão indireta. De acordo com o Código Penal:
     Extorsão indireta
    Art. 160 – Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
    Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Mas pense no seguinte: a chantagem pode ser decomposta em dois atos totalmente legais.

  1. Falar mal dos outros não é ilegal. Nada impede que eu revele, por exemplo, a sua infidelidade conjugal diante de outras pessoas. “Sim, você mesmo, seu safadinho…” Isso, aliás, pode não passar de uma simples fofoca. Se eu não tiver provas, aí sim, poderia ser uma difamação — que é crime; e
  2. Pedir dinheiro em troca de algo, seja um produto ou serviço. Isso também não constitui crime. Pelo contrário, pedir dinheiro em troca de algo se chama comércio. Agora, e quanto a pedir dinheiro em troca de silêncio? “…mas se você me der 10.000 euros eu não conto nada para o seu amor.” Manter um segredo pode ser um serviço, que, por sua vez, pode ser livremente vendido. E comprado, se você aceitar.
Então a pergunta que fica é: por que a chantagem é crime?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Bebês em Curto

Bebês Isolados Crescem Mais Rápido
Para fazer seu bebê crescer mais rápido, isole seu berço da eletricidade do chão, das paredes e do solo. Para reduzir seu crescimento, aterre seu berço com bandas flexíveis de metal. Esta é a extraordinária conclusão encontrada por M. Vles, de Estraburgo, França, que conduziu experimentos em dois grupos de três bebês. Os que foram isolados cresceram mais rápido do que o trio aterrado, pelo que se presume que a eletrificação do solo e do ar tem uma influência real no crescimento humano.

Modern Mechanix, Abril de 1933

Isso significa que anões são resultado de curto circuito em berços? E como é que alguém pode ter levado a sério um estudo feito apenas com seis bebês em um universo de centenas de milhões???

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Revolucionário FAIL!

che lutou em vão
Podia ser pior, Che... O camarada Fidel poderia reconhecer que o sistema cubano simplesmente não funciona...

OH, NOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

EPIC FAIL!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Morte e Vida Roverina

Land_Rover_90_County_Staation_Wagon
O Land Rover foi pro brejo...
Fugindo de toda essa modinha SUV — que combina interior glamouroso num jipe automático que é incapaz de sair de um atoleiro sozinho, mas mesmo assim bebe (e polui) feito um viciado — o Land Rover Defender tem se mantido basicamente o mesmo durante mais de trinta anos.

Ainda apenas em sua quarta série em mais de 60 anos, a dupla 90/110 é um exemplo de que a obsolescência planejada — chamar um design com três anos de idade ou menos de "geração" e substui-lo — é algo desnecessário para a sobrevivência da indústria automobilística. Mas o Landie pode estar com os dias contados. Padrões de segurança e baixas emissões cada vez mais rigorosos (na Europa, é claro) vão matá-lo até 2015.

Após conseguir tirar a Land Rover dos braços da Ford, a indiana Tata já percebeu que vai ser difícil matar um veículo com tantos fãs e deu início ao “Project Icon”, para reinventar o Defender. O desafio, porém, é imenso. Projetar um sucessor com a mesma capacidade fora-de-estrada, construí-lo por menos (para vender mais) e ainda adequar-se aos padrões ambientais e de segurança do século 21 é uma tarefa hercúlea — ainda mais por que não dá para desagradar uma legião de fãs formada duramente ao longo de seis décadas e que, naturalmente, é conservadora em termos de design.
land lama2
Um motor híbrido sobrevive a isso?

A montadora indiana poderia conseguir isso de várias formas. Para baratear a produção sem interferir na qualidade, a solução óbvia é levar a linha de produção para a própria Índia. O novo modelo também poderia ser híbrido, mas ainda não se sabe como motores elétricos podem se adequar (ou mesmo sobreviver) a situações tão extremas quanto as que existem no mundo off-road.

Além disso, será preciso manter os atributos que fazem do Landie o melhor 4x4 que existe. O Defender é o único que leva a sério a utilidade e não a esportividade de um utilitário esporte. A distância até o solo é de mais de 30 centímetros. Água até meio metro (até mais com um snorkel) e inclinações de até 45 graus não são problema. Consumo? Como dizem, "Se você precisa perguntar...". E segundo pesquisas da fábrica, 70% de todas as unidades produzidas desde 1959 continuam rodando.

O “Defensor” já foi fabricado montado em terras tupiniquins no fim dos anos 1990. Mesmo assim, o baixo índice de nacionalização, os preços altos incompatíveis com a simplicidade do veículo e a verdadeira perseguição legal contra os motores a diesel tornaram o negócio inviável. A busca de mercados produtores com mão-de-obra mais barata pode fazê-lo voltar para o Brasil.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Em uma palavra [21]

epifleódico adj. relativo aos líquens que vivem sobre a casca das árvores. "Sua pesquisa estudava a variedade epifleódica na Amazônia." fig. inseparável, grudento, úmido como os líquens. "Agarrava-se ao namorado de forma epifleódica."

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A história mais incrível da ‘Amazing Stories’

Amazing0647
"O Mistério Shaver: a mais
sensacional história real já
contada."
A pioneira revista de ficção científica Amazing Stories vivia, evidentemente, cheia de estórias incríveis. Mas o escritor Richard Sharpe Shaver insistia em afirmar que tudo o que escrevia era baseado em fatos reais. Entre 1943 e 1948, Shaver e Raymond A. Palmer, editor da revista, publicaram uma série de histórias — os Mistérios de Shaver. Eram contos ambientados em cidades construídas em cavernas, cheias de robôs malignos que seqüestravam seres humanos inocentes. O próprio Shaver afirmava ter sido prisioneiro durante vários anos.

Estranhamente, o resultado foi uma avalanche de cartas com relatos de experiências similares às de Shaver. Uma mulher, por exemplo, dizia ter sido abduzida de um porão em Paris para ser torturada e estuprada antes que bons robôs a salvassem. O "Shaver Mystery Club" [Clube de Mistério Shaver] começou a se espalhar por diversas cidades e a Amazing ganhou cerca de 50.000 novos assinantes.

Não muito tempo depois, as histórias incríveis da vida real e toda a sensação em torno delas foram sendo esquecidas — a nova sensação eram os igualmente misteriosos discos voadores —, mas os clubes de mistério resistiram até o fim dos anos 1950. Shaver dizia que os discos voadores que começavam a ser vistos eram prova da realidade de suas histórias. Apesar do incrível número de novos assinantes, muitos fãs da hard sci-fi da Amazing não gostaram nem um pouco da série, que estaria se afastando demais da realidade plausível.
richard_shaver
Richard Sharpe Shaver (1907-1975):
para muitos, ele é o criador
da mitologia ufológica do pós-guerra.

Tudo parece um grande golpe publicitário à la Guerra dos Mundos de Orson Welles. Mas a realidade pode ser mais estranha que a ficção. Na década de 1970, Shaver foi encontrado internado num hospício, pois sofria de esquizofrenia paranóide e era incapaz de discernir realidade de ficção. As cartas que relatava histórias parecidas eram ou de pessoas muito criativas, que levavam tudo na brincadeira ou, o que é mais provável, de pessoas como Shaver que se sentiram seguras o bastante para relatar seus inimigos imaginários. Mesmo internado, ele continuava afirmando a veracidade de suas histórias e dizia mais: certas rochas seriam livros escritos e ilustrados pelos Atlantes com métodos similares ao laser.

Shaver poderia ter sido um grande autor de Ficção Científica, mas sua imaginação foi longe demais.

domingo, 5 de setembro de 2010

Cadê a maturidade democrática que estava aqui?


Esquecendo-se de que a Guerra Fria já acabou e tentando mostrar que há disputa política numa eleição marcada pelo continuísmo, PT e PSDB agem de forma imatura e apelam para o jogo da arapongagem mútua.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Passa manteiga no câncer

Se você que acha que ainda não tentaram de tudo para curar o câncer:

Câncer Tratado com Manteiga Velha

Manteiga rançosa, ou melhor, a substância chamada ácido butírico formada pelas bactérias em mantega fresca é o mais novo tratamento de câncer relatado na Inglaterra por um famoso cirurgião [quem?].

O ácido da manteiga rançosa não é ingerido ou injetado, mas diretamente aplicado na massa cancerosa. Por alguma razão ainda misteriosa, o ácido butírico consome mais vorazmente os tecidos com câncer do que os tecidos saudáveis que o cercam. Uma dose moderada do ácido pode matar e dissolver todas as células doentes de câncer sem danificar as saudáveis. O rádio ataca o câncer do mesmo modo.


Modern Mechanix, Julho de 1933
Manteiga rançosa aplicada diretamente no câncer... Dá até para imaginar o médico na sala de cirurgia:

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dove nessun uomo è mai giunto prima

Io sono un soldato, non un diplomatico. Capiche?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mundo sem Estrelas

Você já precisou usar um GPS ou o Google Maps? Se sim, é bem provável que apesar — ou até por causa — disso, tenha se perdido. Uma falha nas coordenadas do GPS pode parecer um grande problema e pode até causar grandes acidentes. Agora imagine o erro de localização num sistema de teletransporte interestelar... E esse é só o primeiro dos problemas enfrentados pelos personagens em um Mundo sem Estrelas, de Poul Anderson.

Num futuro muito distante, devidamente não especificado pelo autor, a humanidade já se tornou imortal através de uma "vacina antitanática" e estabeleceu contatos com todas as inteligências da Via Láctea. A Terra não tem mais nações; no máximo há uniões continentais. Nosso planeta acaba por se tornar apenas a "Pátria do Homem".

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