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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ode ao... ao... sujeito cujo nome nunca me lembro

Uma vez — não importa quando,
Nem onde  — Viveu um homem,
Um homem chamado  —  lembrando
agora isso me some.


Ele, bem, ele havia nascido
e vivia com afinco.
Sua idade  — eu não sou preciso  —
Era alguma coisa e cinco.


Ele viveu — por quanto tempo
Não consigo te dizer;
Mas um fato aparece sem contratempo:
Ele viveu até morrer.


Ele morreu, te digo
Você pode não acreditar,
Mas que ele está num jazigo
Isso eu não posso inventar


Ele teve um filho, juro!
Ouvi falar de uma mulher,
Talvez até outra, te asseguro
Mas, ó vida, não sei dizer!


Fosse ele rico
Ou fosse ele pobre
Ou gato ou rato ou mico
Não consigo dizer, não me cobre!


Não me lembro de seu nome
Nem como era sua aparência
Por favor, tenha paciência!
Vamos nos servir de seu renome.


E assim é que eu me perco
Falando desse homem desconhecido.
Eu derrubaria um cerco
Para salvar esse esquecido


Das sombras do esquecer
E achar alguma lei
Mas... Ah! eu não sei
O quem, o onde, o quando, o que — ou o porquê


MORAL:


Um epílogo vamos ter,
Uma moral devemos encontrar
Mas qual devia ser
Acaba de me escapar!


– William T. Dobson, Literary Frivolities, Fancies, Follies and Frolics [Frivolidades, Fantasias, Tolices e Firulas Literárias], 1880

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