Se você tem dificuldade para conseguir troco (ou para dar o troco), lembre-se da Hungria do pós-guerra e agradeça por não ter vivido no país dos magiares logo após a II Guerra Mundial. A moeda nacional, chamada Pengo, se desvalorizava tão velozmente que os preços dobravam a cada 15 horas.
Você já viu um gari varrendo dinheiro da rua?
Para facilitar o troco, o governo acabou lançando uma nota de 100 quintilhões (10²³) pengos que equivalia a apenas 20 centavos de dólar. Com apenas seis notas era possível acumular 1 mol (6,0x10²³) de pengos — ou US$1,20.
Como sempre, as coisa poderiam piorar. E pioraram. Em julho de 1946, a inflação mensal conseguiu a proeza de alcançar uma taxa de 17 dígitos:…41.900.000.000.000.000%. Por incrível que pareça isso fez com que a soma de todas as notas em circulação na Hungria fosse igual a um milésimo de dólar.
Em meio ao desespero, o governo desistiu de tentar resolver a situação e fez o que os brasileiros conheceram muito bem até algum tempo atrás: trocar de moeda. A nova moeda foi chamada de forint. Para conseguir 1 forint, era necessário entregar a fabulosa soma de — preparem-se — 400.000.000.000.000.000.000.000.000.000 (400 octilhões ou 4,0x10³²) Pengo.
Mesmo assim, o forint (ou florim, como também é conhecida) ainda é uma das moedas mais “pobres” do mundo. Ao câmbio de hoje e segundo o Google,
1 forint da Hungria = 0,00953729548 reais
Assim, 100 forint seriam mais ou menos R$ 0,95.
O caso da Hungria no pós-guerra foi a maior hiperinflação de todos os tempos — mas o Zimbábue dos dias de hoje parece se esforçar para superar esse recorde. Como a Hungria não conseguia encaixar mais de 20 zeros em suas notas, a nota de 100 trilhões de dólares zimbabuanos (abaixo) detém o duvidoso recorde de exibir o maior número de zeros.
Em tempo: o Banco Central do Zimbábue foi agraciado com o Prêmio Ignóbel de Matemática de 2009 por seus esforços para ensinar as pesssoas a lidar com uma ampla variedade de números grandes e pequenos: de 1 centavo ($0,01) aos 100 000 000 000 000 de dólares zimbabuanos.
Enquanto isso, a Hungria prepara-se para entrar na Zona do Euro.
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