Misterioso Nada! Como hei-de mostrar
Vosso infome, infundado, ilocável vazio?
Nem forma, nem cor, nem som, nem tamanho traz.
Nem palavras ou dedos podem expressar vosso vozerio.
Mas embora não possamos vos comparar a algures,
Um milhar de coisas a vós podem se assemelhar.
E embora vós não estais com ninguém em nenhures,
Ainda assim, metade da Humanidade está a vos adorar.
Quantos volumes vossa história contém!
Quantas cabeças perseguem vossos poderosos ímpetos!
Quantas mãos laboriosas apenas uma porção de vós retém!
Quantos corpos se ocupam apenas com vossos projetos!
Os grandes, os orgulhosos, os vertiginosos, nada há-de dominar
E tudo — como meu soneto — em nada vai terminar.
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Soneto ao Nada
Poema de Richard Porson, publicado na edição de 4 de março de 1814 do Morning Chronicle:
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