NENHURESsubst. Em lugar nenhum. Formado por comparação entre alhures [em outro lugar] e nenhum. Exemplos: “Ele perdera as chaves; não as encontrava nenhures.”; “Sem escolhas, partiu para nenhures.”; “Uma ponte que liga alhures a nenhures.”
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quarta-feira, 31 de março de 2010
Em uma palavra [9]
O Paradoxo do Livro sobre a Mesa
Temos aqui um livro sobre a mesa. Abra-o. Observe a primeira página; meça sua espessura. É, aliás, bastante espessa para uma única folha de papel - meia polegada [pouco mais de 1 cm] de espessura. Agora, vá para a segunda página do livro. Quão espessa é essa segunda folha de papel? Um quarto de polegada. E a terceira página, quão espessa será essa terceira folha de papel? Um oitavo de polegada, etc., ad infinitum. Nós devemos supor não apenas que cada página do livro é seguida por um sucessor imediato com metade de sua espessura, mas também — e isso não é irrelevante — que cada página é separada da página 1 por um número finito de outras páginas. Essas duas condições são logicamente compatíveis; não há contradição verificável em sua afirmação conjunta. Mas ambas implicam, mutuamente, que o livro não tem a última página. Feche o livro. Vire-o de cabeça para baixo, apoiando a primeira capa na mesa. Agora, lentamente, levante a quarta capa do livro, e procure expor à vista a pilha de páginas que há sob a capa. Não há nada para ver. Pois não há nenhuma última página no livro para alcançar nossa vista.
— Patrick Hughes e George Brecht, Vicious Circles and Infinity [Ciclos Viciosos e Infinidade], 1978
Ei, se o livro não tem a última página, como pode ter a penúltima? E a antepenúltima? E também, assim por diante, ad infinitum, não sobraria nenhuma página. Será mesmo um livro ou só uma capa solta?
Talvez o erro deste paradoxo seja assumir que as condições iniciais sempre se repetem ad infinitum. Mesmo assim, é o paradoxo mais contraditório que encontrei até agora.
terça-feira, 30 de março de 2010
Lição de Casa
segunda-feira, 29 de março de 2010
Posição de missionário
Temendo ser responsabilizados por conivência, os líderes da Igreja Católica resolveram apresentar suas posições em relação aos crescentes casos de pedofilia na Europa e nos Estados Unidos. As posições do clero em relação aos abusos sexuais de menores são as seguintes:
Realmente, as posições apresentadas não deixam dúvidas quanto às ações enérgicas e moralizadoras que o papa vai tomar — depois, é claro, que ele terminar sua catequese sobre “dar e receber” para os coroinhas.
domingo, 28 de março de 2010
"Dez dias que abalaram o mundo"
sexta-feira, 26 de março de 2010
Em câmera lenta
Um inquérito concluiu que era um crime premeditado. E só. Ninguém foi condenado, muito menos preso. Até hoje não se sabe que matou o Dr. Bravo.
"Mantenha à Direita!"
quinta-feira, 25 de março de 2010
A Lei dos Epônimos de Stigler
- Numerais Arábicos foram inventados na Índia
- A Gripe Espanhola começou nos Estados Unidos
- Freeman Dyson credita a idéia da Esfera de Dyson a Olaf Stapledon
- A Salmonella foi descoberta por Theobald Smith mas nomeada após Daniel Elmer Salmon
- Copérnico propôs a Lei de Gresham
- William Brounker resolveu a Equação de Pell
- Os Números de Euller foram descobertos por Jacob Bernoulli e a Fórmula de Euller foi descoberta por Roger Cotes
- A Regra de Ouro de Fermi foi descoberta por Paul Dirac
- O Conjunto de Mendelbrot foi descoberto por Pierre Fatou e Gaston Julia
- A Distribuição Gaussiana foi idéia de Abraham de Moivre
- Charles Wheatstone inventou a cifra de Playfair, mas a Ponte de Wheatstone, um tipo de circuito elétrico, foi inventada por Samuel Hunter Christie
domingo, 21 de março de 2010
A morte de Glauco e a hipocrisia narcótico-religiosa
sábado, 20 de março de 2010
Verdade inconsistente
[Bertrand] Russell disse certa vez, durante um jantar: “Ah, é inútil falar sobre coisas inconsistentes, pois a partir de uma proposição inconsistente você pode provar o que quiser.” Bem, é muito fácil demonstrar isso matematicamente. Mas, como de costume, Russell era muito mais simpático do que isso. Alguém que estava à mesa disse: “Ora, vamos!” Ele disse: “Bem, diga-me uma proposição inconsistente” e o homem: “Bem, digamos que seja 2=1.” “Certo,” disse Russell, “o que você quer que eu prove?” E o homem: “Quero que você me prove que é o papa.” “Por que”, respondeu Russell, “o papa e eu somos dois, mas dois é igual a um; portanto o papa e eu somos um.”— Jacob Bronowski, The Origins of Knowledge and Imagination [As origens do conhecimento e da imaginação], 1979
sexta-feira, 19 de março de 2010
Nobres Canhões
Um cavalheiro sentou-se em uma das mesas em companhia do velho Lorde North, sem saber da nobreza deste. O cavalheiro entabulou uma conversa com ele e, ao ver duas senhoras sentando-se numa mesa do outro lado, comentou: “Senhor, vosmecê poderia me informar quem é aquela mulher feia que acabou de entrar?” “Oh,” — respodeu o lorde, com grande humor — “aquela é minha esposa.” “Senhor, peço-lhe dez mil perdões; eu me referia àquele monstro chocante que está com ela.” “Aquela” — respodeu o lorde — “é minha filha.”
— M. Lafayette Byrn, The Repository of Wit and Humor [O Repositório da Graça e do Humor], 1853.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Em uma palavra [8]
brefofagista
subst. alguém que come bebês.
terça-feira, 16 de março de 2010
De novo, de novo
Ele foi posto em liberdade condicional em Julho de 1901 e a mesma coisa aconteceu de novo: uma mulher acusou-o de roubo de jóias, ele foi preso e julgado por um júri que o considerou culpado. Beck só foi salvo por que outro homem foi preso pelo mesmo crime durante seu segundo julgamento. O verdadeiro ladrão de jóias era, como se descobriu, Wilhelm Meyer. O engenheiro tinha sido condenado duas vezes por crimes que ele nunca cometeu.
Adolph Beck ganhou a liberdade e 5.000 libras [cerca de 14.000 reais em valores de hoje] de indenização. Mas o estrago já estava feito. Desiludido e isolado da sociedade, Beck tornou-se um homem amargo, que morreu poucos anos mais tarde, em 1909.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Com certeza ou fala sério?
domingo, 14 de março de 2010
[Pi Day] - Gênio doméstico
Numa manhã nublada, Einstein estava de saída de sua casa em Princeton, quando a Sra. Einstein aconselhou-o a levar um chapéu.Einstein, que raramente usava um chapéu, recusou-se.“Mas pode chover!”, advertiu a Sra. Einstein.“E daí?”, repondeu ele, “Meu cabelo vai secar mais rápido que meu chapéu.”— Howard Whitley Eves, In Mathematical Circles: Quadrants III and IV [Dentro dos Círculos Matemáticos: Quadrantes III e IV], 1969
sábado, 13 de março de 2010
Bonitinha, mas inteligente
quarta-feira, 10 de março de 2010
Conflitos Esquecidos [4] — Operação Flocos de Milho
domingo, 7 de março de 2010
Contradições Bíblicas — Matusalém e o dilúvio
sábado, 6 de março de 2010
O que veio "antes" do Big Bang? — Uma nova teoria
sexta-feira, 5 de março de 2010
A Lista de Sindler
quinta-feira, 4 de março de 2010
Deu branco no dead-line
Uma farsa que não enganou os sábios, mas que quebrou-lhes a cabeça, foi a que ficou conhecida como falso Dutch Mail [Correio Holandês]. Há uns cinquenta anos, um artigo apareceu no Leicester Herald, um jornal de província inglês. Sob o título “The Dutch Mail” anunciava-se que o artigo chegara muito atrasado para ser traduzido e que havia sido montado e impresso no original. O artigo atraiu muita atenção e muitos estudiosos do Holandês correram para a imprensa dizer que aquilo não estava em nenhum dialeto que eles conhecessem. Finalmente, descobriu-se a farsa. Sir Richard Phillips, o editor do jornal, recentemente contou a história de como a peça foi concebida e executada: “Numa noite, antes da nossa publicação, meus homens e um garoto colocaram de cabeça para baixo os tipos de duas ou três colunas do jornal. Nós tinhamos que aprontar tudo de algum modo, pois os coches, às quatro da manhã, recolhiam quatro ou cinco centenas de exemplares [para entregar]. Após todos os esforços, nos faltava quase uma coluna, mas havia uma tentadora coluna de 'pi' [letras misturadas] na galeria. Subitamente, invadiu-me a ideia de que aquilo poderia passar por Holandês. Eu montei a coluna e passei por cima dos escrúpulos do chefe da oficina. Então, a edição saiu com seu quebra-cabeça filológico para aborrecer as mentes dos honestos leitores agrícolas. Não havia muito tempo para fazer uma coluna em Inglês pleno para a edição local”. Sir Richard encontrou um homem em Nottingham que, durante trinta anos, preservou uma cópia do Leicester Herald à espera de que um dia a carta fosse explicada.
— Lippincott’s Monthly Magazine, Setembro de 1888