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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Monotonia

Conversas monótonas ao redor do mundo. Repita se você for capaz:
Finlandês:
Etsivät etsivät etsivät etsivät etsivät
— Os detetives investigadores estão investigando os detetives investigadores.
Islandês:
Ái á Á á á í á.
— Um fazendeiro chamado Ái vive na fazenda Á e é dono de uma ovelha que está no rio
Malaio:
Sayang, sayang sayang sayang, sayang sayang sayang?
— Amor, eu te amo; querida, você me ama?
Romeno:
Stanca sta-n castan ca Stan.
— Stanca ficou feito uma castanheira em Stan.
Húgaro:
A követ követ követ.
— O enviado segue uma pedra
Tagalog:
Bababa ba? Bababa!
— Descendo? É isso aí!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Em uma palavra [2]

PAUCILOQÜENTE
adj. sussurando em poucas palavras. Exemplo: “Aqueles políticos travaram um diálogo pauciloquente sobre os atos secretos”.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Provas de que 4=5

A matemática é cheia de armadilhas lógicas falaciosas. Eis uma delas:

–20 = –20
25 – 45 = 16 – 36
52 – 45 = 42 – 36
52 – 45 + 81/4 = 42 – 36 + 81/4
(5 – 9/2)2 = (4 – 9/2)2
5 – 9/2 = 4 – 9/2
5 = 4

E ainda há uma prova real mais simples e óbvia:

4=5

C.Q.D. (Conforme Queríamos Demonstrar)

Deve ser por coisas assim que a matemática não entra na cabeça de muita gente.

Em uma palavra

NOVERCAL
adj. como uma madrasta. Exemplo: “Uma velha senhora com ar novercal”.

domingo, 27 de setembro de 2009

Geração Noé

A atual geração de jovens, formada principalmente pelos nascidos nas décadas de 1980 e 1990 vai ter um papel fundamental e importantíssimo no futuro e na História da Humanidade. Alguém poderia dizer que toda geração jovem pensa em mudar o mundo. Mas, no caso da atual geração, se isso não acontecer, a Humanidade como um todo correrá sérios riscos. Eis por que ela devia ser chamada de Geração Noé.

Não é apenas pela mudança climática. A Humanidade passa por um período crítico que vem se acumulando já há alguns séculos, desde o surgimento da industrialização e do pensamento racionalista-materialista. Ocorre que passamos milênios seguindo basicamente um modelo de sociedade patriarcal, agrário, nacionalista, provinciano, religioso e moralista.

sábado, 26 de setembro de 2009

Pagode tipo Exportação

Eis mais uma amostra de nossa mentalidade agrário-exportadora. Pagode Made in Brazil (onde mais?). Para quem suportar, the english version of “Eu me apaixonei pela pessoa errada”:

Nem mudando de língua essa porra de música melhora. E ainda é uma língua com uma musicalidade totalmente diferente. Conclusão: o pagode não se salva de jeito nenhum! FAIL! FAIL! FAIL!

E agora os gringos vão ter que aturá-lo também… Poor guys!


PS: Se alguém foi capaz de gostar disso, pode ver mais versões no pagodeversions. Mas eu não me responsabilizo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Terra sem Homens

Um pequeno trecho da fronteira entre o Egito e o Sudão tem a forma de um trapézio. A área, de 2000 km², é desértica.

O Egito diz que pertence ao Sudão; o Sudão diz que é do Egito.

Isso faz de Bir Tawil a única área da Terra (com exceção da Antártica) que não é reclamada por nenhum Estado.

É um bom lugar pros sem-terra invadirem: é totalmente improdutivo e, como ninguém quer, ninguém vai reclamar.

Ou, então, talvez fosse um lugar interessante para se criar uma micronação. Se você tiver um bom dinheiro, disposição e ânimo para viver num clima árido, pode comprar - ou simplesmente ocupar - o território todo e declarar independência! Só não me pergunte o que fazer para sobreviver economicamente numa área árida de 2000 km².

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Controle de Armas

Há apenas quatro dias, na fazenda bem ao lado daquela onde estou passando o verão, havia uma avó, velha, doce e grisalha, um dos mais amáveis espíritos da Terra; ela estava sentada em seu aposento quando seu jovem neto pulou repentinamente. Ele trazia uma velha e enferrujada arma que não era usada há muitos anos e, supostamente, não estava carregada. Ele apontou a arma para a avó e, rindo, ameaçou atirar. Assustada, ela passou a gritar e a implorar enquanto corria em direção à porta do quarto. Mas, bem no momento em que ela passou diante dele, ele mirou a arma bem no coração dela e puxou o gatilho! Ele supôs que a arma não estava carregada. E estava certo: não estava mesmo. Então não houve qualquer dano.

- Mark Twain, "Conselhos para os Jovens", 1882

domingo, 20 de setembro de 2009

O Paradoxo da Legítima Defesa

Suponha que eu e você estamos andando por uma viela escura e estreita. Você me explica que é errado matar uma pessoa inocente, mas seria moral e legalmente aceitável agir em legítima defesa e matar alguém que ameace minha vida.

Bem nesse momento, um assaltante surge do nada em meio às sombras – e você percebe que, pela minha posição em relação a você, não é possível que você se defenda sem me matar também.

Naquele momento, qual é a sua obrigação moral? Você não pode matar alguém inocente, mas naquela situação a minha presença é uma ameaça à sua vida, o que faz com que eu deixe de ser inocente e possa ser legalmente morto junto com o meliante.

Mas como não há imperativo para acabar com a minha vida, então eu não sou mais um obstáculo à sua autodefesa. Assim, eu voltaria a ser inocente e o meu assassinato seria injustificável.

Mas, fisicamente, a minha posição não muda e continua a atrapalhar a sua defesa, o que me torna ameaçador de novo e…

E assim por diante…

domingo, 13 de setembro de 2009

De Quinto Império a Quinta Potência?

Portugal já foi uma potência, caiu sobre o próprio peso e sonhou em voltar a ser um Império. Herdeiro das tradições portuguesas, o Brasil terá o mesmo destino?

O Brasil foi descoberto e ocupado – invadido – pela maior potência econômica e marítima do século XVI: Portugal. O antigo Condado Portucalense tinha um histórico de pioneirismo e liderança no continente europeu. Como a Espanha, foi dominado por séculos pelos mouros muçulmanos vindos do norte da África. Mas a nação lusitana foi a primeira a se libertar do domínio árabe, já no século XII.

Em seguida, Portugal foi o primeiro país europeu a se formar e a ter unidade administrativa, durante o século XIII. Nos séculos seguintes, o Império Português aproveitou-se de sua posição geográfica e floresceu com o empreendedorismo das Grandes Navegações. Rapidamente, Lisboa tornou-se uma capital cosmopolita, habitada por banqueiros judeus, mercadores descendentes de árabes, administradores latinos e católicos, artistas italianos, saltimbancos franceses, aventureiros espanhóis e – como o mundo não era perfeito – alguns escravos negros. A língua portuguesa, embora muito diferente da atual, era praticamente a segunda língua franca da Europa depois do latim.

Infelizmente, porém, os católicos latinos se deslumbraram com as riquezas acumuladas e cometeram muitos erros. O primeiro grande erro, talvez, foi ignorar Cristóvão Colombo e sua ambiciosa e inovadora proposta de navegar ao Oriente pelo Ocidente (1492). O fôlego empreendedorista português começava a ser sufocado pelo acúmulo de tradições e fantasmagóricas superstições e crendices. Logo em seguida, em 1497, estimulados por Roma e sob as bênçãos papais, os líderes católicos perseguiram e expulsaram os judeus de seu país. Portugal foi o centro anti-semita da Europa do século XVI. Os nobres católicos asseguraram seu poder, mas a riqueza duraria pouco diante do deslumbramento, da má administração e de uma mentalidade cada vez mais retrógada e conservadora.

Mais ou menos por essa época, o Brasil foi “achado”, mas não se deu muita importância àquelas terras de aparência paradisíaca (seria realidade?) situadas no Novo Mundo recém-descoberto por Colombo (a serviço dos espanhóis, que só agora haviam acabado de se libertar dos mouros). Apenas três décadas mais tarde, a nova terra passou a ser ocupada, mas apenas por que o poderoso Império Português corria o risco de perdê-la para retardatários como os franceses e os ingleses, que eram tão amadores que só contavam com piratas nessa época.

O INÍCIO DA ETERNA PROMESSA DE “PAÍS DO FUTURO”

Meio século depois, o então Rei de Portugal, o jovem D. Sebastião I, o menino-rei, morreu em circunstâncias misteriosas durante uma frustrada tentativa de conquistar o que hoje é o Marrocos.

Em vez de explorar a exuberante  — porém distante  — colônia americana em busca de recursos mais valiosos que o pau-brasil (ou as especiarias indianas), os lusos, pregiçosamente, preferiram reinventar as Cruzadas medievais no norte da África, logo ao sul da “Terrinha”, num território desértico e povoado pela mesma civilização que tomara a Península Ibérica, o sul da Itália e fechara o Mediterrâneo ao comércio europeu.

Os portugueses acharam que, só porque foram os primeiros a expulsar os muçulmanos da Europa, poderiam acabar com o imenso Império Islâmico e conquistar o Mediterrâneo. Desculpem-me os lusos (ou os seus descendentes), mas a fama de burrice portuguesa não é à-toa.

Rei morto, rei posto. Bem, se houvesse um príncipe… Por que D. Sebastião não deixou herdeiros pois não tinha uma rainha. Os candidatos ao trono português eram, segundo a linha de sucessão: 1) D. Henrique (cardeal e filho de D. Manuel I); 2) D. Rainúncio Farnese, Duque de Parma (também filho de D. Manuel I); 3) Catarina, Duquesa de Bragança (filha mais nova de D. Duarte); 4)Filipe II de Espanha ( filho de D. Isabel e neto de D. Manuel I); 5) Emanuel Filiberto, Duque de Sabóia (filho de D. Beatriz e neto de D. Manuel I); 6) João I, Duque de Bragança (marido de D. Catarina) e 7) o pobre D. Antônio (considerado ilegítimo, mas se não o fosse seria o primeiro da linha de sucessão).

Alternativas não faltavam para resolver a crise sucessória. O que faltou foi faro político, capacidade de inovação e  até honestidade. Para começar, mulheres estavam legalmente excluídas do processo: nação católica que era, Portugal não poderia ter uma rainha. Mais absurda era a restrição dos descendentes por via materna, que, mesmo se fossem mais próximos, não tinham vantagem. Por razões óbvias, os nobres que viviam no estrangeiro também não poderiam ser aceitos, mas na prática foi isso o que aconteceu.

D. Henrique, aos 80 anos de idade, foi coroado rei, mas pela velhice e posição religiosa não poderia se casar muito menos ter filhos. Ele poderia ter saído da Igreja Católica, mas o Papa Gregório XIII não deixou. Para piorar, o velho clérigo aceitou a ordem papal e nem tentou se casar. No ano seguinte, cardeal-rei já estava morto.

Com todas as restrições do processo sucessório, D. Filipe II, rei da Espanha, e o Duque de Sabóia eram os candidatos mais prováveis e poderosos. Com a ameaça de dominação espanhola, D. Antônio, mesmo ilegítimo, obteve grande apoio popular e chegou a reinar por 20 dias antes de ser deposto com apoio militar e financiamento filipino.

Mas a nobreza e o clero decidiram os rumos do país e praticamente venderam-no ao monarca espanhol em troca de garantias de manutenção de privilégios econõmicos e sociais – tentaram até convencê-lo a transferir a capital do Império Espanhol para Lisboa, mas isso já era absurdo. Como se vê, a elite portuguesa estava mais interessada em si do que no futuro e agiu de forma corrupta, dando um exemplo à nação lusitana. O pior é que o exemplo foi seguido, nos séculos seguintes, tanto em Portugal quanto no Brasil.

Religioso como era, Portugal viu nascer um fenômeno messiânico e milenarista: o Sebastianismo. Era popular a crença de que D. Sebastião não morrera e cedo ou tarde voltaria, libertaria Portugal dos espanhóis e construiria o Quinto Império. Os quatro primeiros teriam sido os velhos e já inexistentes Impérios Assírio, Persa, Grego e Romano. Segundo a crença, Portugal superaria a Roma Antiga.

O Sebastianismo se espalhou por todo o Império e alcançou os sertões do Brasil, onde subsistiu por um bom tempo. Eis aí as raízes da nossa velha crença de que, um dia, seremos o “País do Futuro”. É uma nefasta herança cultural legada pelos portugueses.

A QUINTA POTÊNCIA.

Em meio às revoluções científicas, religiosas e ao Renascimento cultural, Lisboa busca manter tudo com um clima nostálgico e conservador. Portugal declina cada vez mais apesar das imensas riquezas provenientes da América Portuguesa.

Séculos se passam. O Brasil se liberta de Portugal, mas não deixa de ser pobre, atrasado e conservador. Esse país pobre, atrasado e conservador continua a sonhar com o Quinto Império. Agora, não seria o Império Português, seria o Império Brasileiro. Afinal, nós temos muitas riquezas, apesar de toda a exploração colonial. Nós somos o celeiro do mundo. E nós mantivemos o cosmopolitismo que Portugal abandonou – somos índios, somos negros, somos europeus e ainda seríamos até asiáticos e, de novo, árabes e judeus.

Sim, mas também mantivemos um príncipe que Portugal abandonou e que nos abandonou por Portugal. Mantivemos a escravidão que Portugal deixou para trás. E junto com a escravidão, ficamos com os preconceitos contra os negros e contra o trabalho. Conservadores que somos, jamais nos rebelamos. A Independência foi feita num grito “mágico”, a escravidão foi abolida com uma canetada e a República veio de cima para baixo, sem que ninguém notasse a diferença. Enquanto contratávamos europeus empobrecidos e esfomeados, que nos pareciam melhores, abandonávamos ex-escravos ainda mais empobrecidos e esfomeados.

Mas não deixamos jamais de sonhar com a “esperança de um novo porvir” e a ter “visões de triunfos [que] embale/Quem por ele lutando surgir”. Reinventamos o Sebastianismo em Canudos. Avançamos sobre o Acre e finalmente tomamos posse das riquezas amazônicas. O Eldorado foi encontrado no meio da floresta e se chama látex. Mas o Eldorado Branco é destruído pela concorrência externa e pelas inovações científicas e tecnológicas.

Mais recentemente, usamos as inovações científicas e tecnológicas para nos virar num momento de crise energética: criamos o carro a álcool. Fomos pioneiros, fomos empreendedores, fomos visionários. Encontramos mais um Eldorado, dessa vez Verde.

Agora, porém, às vésperas do fim de um reinado “popular” e de uma possível “crise sucessória”, encontra-se um novo Eldorado, dessa vez no litoral, abaixo do mar e nas profundezas depois da camada de sal. O Eldorado  é Negro e chama-se pré-sal. E, com ele, seremos a Quinta Potência em uma década. É o Sebastianismo 2.0.

Não dá pra acreditar nisso, ainda mais sabendo que o petróleo está acabando e deixará de ser consumido ao longo deste século. Mesmo que peguemos uma carona na inevitável alta dos preços de um produto insubstituível em fim de estoque, isso não é garantia nenhuma do tão falado desenvolvimento sustentado.

Até agora era o etanol que nos levaria ao topo do mundo e faria de nós uma Arábia Saudita verde. Uma previsão exagerada talvez, mas mais plausível dado o cenário energético mundial. Mas, como somos conservadores, nós queremos ser uma Arábia Saudita petrolífera mesmo. Parece mais fácil. Talvez sejamos tão bem-sucedidos quanto uma velha cruzada no norte da África.

sábado, 12 de setembro de 2009

Levitação FAIL!

É aquele velho número: o “mágico” chama alguma moça da platéia — ou uma de suas assistentes — e pede que ela se deite em uma mesa improvisada sobre duas cadeiras. Então, ele retira a cadeira que apóia os pés… O corpo se equilibra apenas sobre o pescoço e as pernas ficam “flutuando” no ar.

Bem, pelo menos é o que sempre parece. Neste vídeo, o mágico americano Ed Alonso tenta fazer o truque e, possivelmente, ele usa alguém da platéia. O número é sempre surpreendente, mas dessa vez a surpresa foi inesperada:

O Sr. Alonso deve ter feito o seguinte lembrete mental: “Da próxima vez, vou deixar de ser pão-duro e contratar uma assistente: uma mulher mais magra e mais gostosa, que possa usar biquínis e desviar a atenção do público.”

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nomeado um dos mais novos elementos conhecidos

Descoberto na Alemanha em 1996 e conhecido até agora como Unúmbio, latim para um-um-dois, o elemento 112 finalmente vai ganhar um nome. O grupo de cientistas alemães que descobriu o elemento propõe o nome Copernício, símbolo Cp,  em homenagem ao astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543).

copernico copernicium Copérnico e o elemento que o homenageia na Tabela Periódica

Copérnico é o pai da Teoria Heliocêntrica, segundo a qual todos os planetas giram ao redor do sol – e não o contrário –em órbitas circulares. Mais tarde, o astrônomo Johanes Kepler corrigiu a teoria de Copérnico após comprovar que as órbitas são elípticas. Isaac Newton usou as obras do polonês para desenvolver suas leis da gravitação universal.

Copérnico não será o primeiro cientista  a ser homenageado com o nome de um elemento químico. Mas será o primeiro astrônomo. Albert Einstein, Niels Bohr, Enrico Fermi, Alfred Nobel e Dmitri Mendeleev também já foram homenageados. Entretanto, é proibido homenagear cientistas vivos.

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O batismo do novo elemento precisa ser aprovado pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). A organização deve ratificar o nome Copernício em até seis meses. Durante esse prazo, químicos de todo o mundo vão debater a ideia antes de aprová-la. Somente após esta aprovação as tabelas periódicas de todo o mundo serão revisadas.

O ELEMENTO 112 E SUA FAMÍLIA SUPERPESADA

O Copernício é um elemento artificial e tem aparência similar ao Mercúrio . O Cp é um metal e, possivelmente, também é liquido nas condições ambientais. Por isso o 112  também era chamado de eka-Mercúrio (eka significa semelhante em grego).  Ainda não é possível ter certeza de todas as propriedades do Copernício pois ele é altamente radioativo e tem uma meia-vida de apenas 29 segundos.

CpEstrutura do Copernício [Cp]

cadeia de decaimento do Cp-112 Cadeia de Decaimento do Copernício

Pode parecer pouco tempo antes da desintegração, mas o Copernício é mais estável que alguns de seus vizinhos da tabela periódica:

Os demais elementos, do 115/Uup/eka-Bismuto até o 118/Uuo/eka-Radônio têm meias-vidas na casa dos milissegundos, com exceção do 117/Uus/eka-Astato que ainda não foi encontrado. Estes elementos, conhecidos como superpesados, têm núcleos atômicos frágeis exatamente por que são grandes e pesados. É mais ou menos como uma bolha de sabão: quanto maior ela for, mais facilmente ela se desfaz.

descobridores do Cp Descobridores do Copernício

Além dos cientistas alemães que descobriram o Copernício, equipes dos Estados Unidos e da Rússia pesquisam os  elementos superpesados. Dado que os superpesados até agora encontrados (ou melhor, sintetizados) são altamente radiotivos e têm rápido decaimento, essa verdadeira “corrida química” parece inútil.

Mas os químicos têm esperança de alcançar, em breve, a chamada Ilha de Estabilidade, região da tabela periódica na qual ficariam os mais pesados elementos estáveis – que teriam meia vida de dezenas a bilhões de anos, de acordo com os cálculos.

Acredita-se que sejam estáveis os isótopos 298 do Ununquádrio (ainda não descoberto, mas teoricamente possível), 304 do Unbinílio (120/eka-Rádio) e 310 do Unbihéxio (126/eka-Plutônio). Se forem estáveis – algumas bolhas de sabão duram mais na mão de gente habilidosa –, esses elementos teriam propriedades muito diferentes de todos os conhecidos e poderiam até ter alguma aplicação industrial.

NOVA TABELA PERIÓDICA:

nova tabela periódica

domingo, 6 de setembro de 2009

Elogio da Loucura

Eis alguns dos maiores vencedores do prêmio  Bookseller/Diagram para o título mais estranho do ano:
  • Proceedings of the Second International Workshop on Nude Mice [Procedimentos da Segunda Oficina Internacional sobre Ratos Nus] (1978) – WTF??
  • The Joy of Chickens [A Alegria das Galinhas] (1980) – Talvez seja um livro de auto-ajuda para fêmeas galináceas e/ou para algumas fêmeas da espécie humana.
  • The Theory of Lengthwise Rolling [A Teoria do Rolamento Longitudinal] (1983)
  • Versailles: The View From Sweden [Versalhes: Vista da Suécia] (1988) – Deve ser um pouco difícil enxergar Versalhes a partir da Suécia… Seria um tutorial sobre como conseguir fazer isso sem o uso de satélites?
  • How to Avoid Huge Ships [Como Evitar Navios Enormes] (1992) – Deve ser algum guia para implantar a miniaturização na indústria náutica.
  • Highlights in the History of Concrete [Luzes na História do Concreto] (1994) – Uma leitura mais pesada que luminosa.
  • Greek Rural Postmen and Their Cancellation Numbers [Carteiros Rurais Gregos e seus Números de Cancelamento] (1996) – Tipo, dá pra cancelar carteiros na área rural da Grécia só digitando o número certo?
  • The Big Book of Lesbian Horse Stories [O Grande Livro de Histórias Lésbicas Cavalares] (2003) – Se você trabalha num estábulo e ainda tem uma tara por éguas, esse é o tipo de leitura NSFW.
  • Bombproof Your Horse [Deixe seu cavalo à prova de bombas] (2004) – Só pode ser um erro tipográfico que trocou House por Horse.
  • People Who Don't Know They're Dead: How They Attach Themselves to Unsuspecting Bystanders and What to Do About It [Pessoas que não sabem que estão mortas: Como elas se prendem aos pedestres insuspeitos e o que fazer sobre isso] (2005) – Resumo da Ópera: “Zumbis: como agem e como evitá-los”.
  • The Stray Shopping Carts of Eastern North America: A Guide to Field Identification [Os Carrinhos de Compra Extraviados da América do Norte Oriental: Um Guia para Identificação de Campo] (2006) – Se você perdeu seu carrinho de supermercado na Costa Leste dos EUA, seus problemas acabaram!
O vencedor do ano passado, The 2009-2014 World Outlook for 60-Milligram Containers of Fromage Frais [Panorama Mundial de 2009 a 2014 para Contêineres de 60 Miligramas de Queijo Fresco Francês], foi alvo de muita polêmica por que o título teria sido gerado por computador e não por um ser humano. Para Phillip Stone, administrador do prêmio, “Dado o grande número de livros de memórias de celebridades que são feitos por ghost-writers, eu não acho que isso seja muito estranho.”

Eis a minha útil sugestão para a próxima edição: Great Orientative Guide to Long-Titles Diagramation: How to make everything fits on a single cover  [Grande Guia Orientativo para Diagramação de Títulos Longos: Como fazer tudo aquilo caber numa única capa]. Por que título curto é coisa de tuiteiro.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cinquentões Americanos sobrevivem em Cuba

Outro dia eu tropecei no site do fotógrafo americano Dan Heller. Seus retratos de Cuba a partir de uma temática automotiva são tétricos e mais parecem o trabalho de um viajante do tempo.

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Para muitos, os grandes e pujantes carros norte-americanos dos anos 1950 não passam hoje de objetos de recordação e símbolos da Era de Ouro da economia yankee – na verdade uma era de ostentação e desperdício incompatíveis com as atuais crises energética e econômica.

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Embora Cuba tenha passado a importar carros de outros países – principalmente da Rússia –a partir dos anos 60, poucos foram os modelos euro-asiáticos que sobreviveram no tórrido e tormentoso clima da maior ilha do Caribe.

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Quase a totalidade dos carros que circulam pela Cuba de hoje são, na verdade, aqueles velhos símbolos de ostentação do “inimigo”.

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Por uma grande ironia do destino, a situação dos transportes na Ilha embargada e sub-industrializada só confirmou duas coisas alardeadas pela publicidade norte-americana dos anos ‘50:  a durabilidade e o conforto.

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Surpreendentemente, apesar do embargo, muitas “banheiras” mantém-se impecavelmente bem-conservadas.

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Para muitos cubanos, esses carros velhos são uma boa fonte de renda. É facilmente possível tornar-se taxista, pegar uns turistas por aí e ganhar até 50 dólares (ou mais) por mês.

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Parece pouco, mas é muito para economia falida e estagnada como a cubana, onde a média salarial não passa dos ÚS$ 25,00.

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Apesar dos altos custos de manutenção – esses carros são beberrões e a gasolina é tabelada pelo equivalente a US$ 4,00 o litro – o esforço compensa. E atrai os jovens.

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red-blue-yellow-bigcars-i-bigcars-v-bighavana-cruising-biggreen-2-bigcars-y-bigdan-jill-car-bigDan Heller, à direita, com a esposa, Jill, à esquerda.      

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Paradoxo dos Futuros Indivíduos

Qualquer mudança em larga escala no comportamento humano vai, literalmente, mudar a raça humana: as mudanças são  tão profundas e abrangentes que alteram também as condições sob as quais os indivíduos são concebidos e criados. É aquilo que já se conhece popularmente como “Efeito Borboleta”.

Assim, por exemplo, nossos netos num cenário otimista serão pessoas diferentes do que seriam sob outras circunstâncias mais difíceis. Isso tudo, além de parecer um tanto óbvio, é particularmente verdadeiro quando se fala em assuntos que exigem grandes e rápidas mudanças no comportamento social  e econômico dos homens, tais como meio ambiente, aquecimento global, renovação energética, etc..

Portanto, não deveríamos nos culpar por nossa – com todo o respeito devido aos suínos – porca administração dos recursos naturais. Afinal, nossos descendentes que serão beneficiados por nossas reformas serão pessoas completamente diferentes daquelas que sofrerão com nossas negligências – e nós só deixaríamos uma dívida para os últimos.

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