Como diz a sabedoria popular, "Apenas os pobres são loucos; os ricos são 'excêntricos'." E o nobre inglês William John Cavendish-Scott-Bentinck (1800-1879) certamente é um desses casos de "excentricidade".
Quando herdou o ducado de Portland, em 1854, Bentinck retirou-se para sua propriedade em Nothinghamshire, onde enfurnou-se na ala oeste e mandou pintar todas as outras salas de pink.
Mas isso era só o começo. Aparentemente, o duque foi dominado por um caso extremo de timidez patológica. William mandou instalar caixas de correio em todas as portas e jamais permitia a entrada de pessoas, muito menos de médicos. Seus empregados nunca deviam perceber sua presença e apenas um mordomo poderia vê-lo em pessoa. Um de seus empregados o reconheceu e o cumprimentou uma vez, mas como havia percebido a presença do patrão, foi imediatamente demitido.
O Duque não saía de casa; ele descia. Cavendish usou centenas de operários para criar um vasto conjunto subterrâneo, também todo pintado de pink, com uma biblioteca, um salão de jogos cheio de mesas de bilhar, um observatório e 15 milhas (24 km) de túneis — um dos quais era largo o bastante para acomodar duas carruagens.
Ninguém sabe o que ele fazia lá embaixo. O salão de dança tinha um elevador hidráulico capaz de carregar até 20 pessoas, mas Mr. Cavendish-Scott-Bentick nunca convidava ninguém para dançar.
Nas raras vezes em que saía, Cavendish o fazia à noite, sempre precedido por um servo que carregava uma lanterna, mas que deveria manter-se 40 jardas à frente de seu senhor. Se fosse necessário sair de dia, o 5º. Duque de Portland escondia-se sobre dois pesados casacos com capuz, uma cartola altíssima, um grande colarinho sempre levantado e um enorme guarda-chuva, atrás do qual ele se abrigava sempre que alguém lhe dirigia a palavra.
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